Autor/Postado por: Sérgio Quirino Publicado em: 26/08/2022 Ir.: Sérgio Quirino - Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024 Saudações, estimado Irmão. Estimo que 90% dos Maçons brasileiros não tiveram acesso ao conteúdo alegórico do giz como elemento da simbologia maçônica. Facilmente compreensível, tendo em vista que a grande maioria de nossas Lojas Maçônicas no Brasil trabalham em Rito Escocês Antigo e Aceito. Diferentemente ocorre com os queridos Irmãos que laboram no Rito de York, que, em seus princípios mais importantes, são provocados à reflexão sobre o Giz, o Carvão e a Terra. Como resgate histórico, este simples pedaço de carbonato de cálcio era usado pelos Maçons Operativos para marcar pontos e traçar linhas nas pedreiras e carpintarias. Nos primórdios da Maçonaria Especulativa não haviam templos. As reuniões ocorriam em qualquer espaço devidamente a coberto das indiscrições profanas. Era preciso preparar o ambiente e caracterizá-lo com nossos elementos e alegorias. Como fazer e desfazer rapidamente mantendo o sigilo dos símbolos? A solução era desenhar no piso tudo que remete ao propósito da sessão. Com o tempo, substituíram tal prática por Tapetes e Painéis, até chegarmos aos espaços exclusivos construídos para este fim, denominados Templos Maçônicos. A escolha do giz como elemento de grafia se deu pelas suas qualidades: pequeno tamanho, fácil uso, boa aderência a vários tipos de piso e, principalmente, pela facilidade em apagar os desenhos com um simples pano úmido garantindo a proteção dos arcanos. O mais interessante é que, sob o ponto de vista histórico, o simbolismo maçônico do giz não diz nada do que foi tratado acima. NA MAÇONARIA, O GIZ REMETE À LIBERDADE. LIBERDADE PARA TRAÇAR O NOSSO PRÓPRIO CAMINHO Todos nós já manuseamos um giz e percebemos nele a suavidade do toque e o exato registro da pressão de sua ponta sobre a lousa. O GIZ SOMOS NÓS. O TOQUE É O ESPÍRITO. O REGISTRO SÃO NOSSAS DECISÕES. A PONTA É O MOMENTO QUE ESTAMOS VIVENDO. A LOUSA É A NOSSA HISTÓRIA. Da mesma forma que o giz vai se consumindo durante o uso e a cada traço deixa um pouco de si, assim também devemos agir, quando nos dedicamos integralmente ao nosso propósito. Não há o que temer sobre a extinção. O mais importante são os traços e os registros que deixamos em vida. Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, um legítimo Construtor Social. (Mas é o Carvão e a Terra citados no início do artigo? Trataremos nos próximos artigos.) Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente! Fraternalmente |